Sábado, 10 de Fevereiro de 2007

Tarde demais...

ELE: Estou?
ELA: Olá...
ELE: Quem é?
ELA: Sou eu, a felicidade iludida.
ELE: O que é que tu queres?
ELA: Dizer que te amo.
ELE: OUTRA VEZ? Eu já ouvi isso 15 vezes. Não te cansas?
ELA: Quem ama não cansa...
ELE: Mas eu canso... Eu não te amo!
ELA: O quê?
ELE: É isso mesmo, eu iludo e por isso me chamo ilusão do amor.
ELA: Como podes dizer isso?
ELE: Dizendo que não te amo. Não devo nada a ninguém.
ELA: Não deves nada?
ELE: É claro que não.
ELA: Deves sim. O teu amor.
ELE: Que amor?
ELA: Tu fazes-me voar tão alto e agora dizes que não me amas?
ELE: Deves estar a ficar louca!
ELA: Estou mesmo louca...acreditei em ti!
ELE: Tu sabias que era só amizade, não?
ELA: Claro que não... Dizes-te tantas coisas... E ainda me deste um beijo!
ELE: Um beijo? Aquilo nem foi beijo...
ELA: Não foi? Então o que foi?
ELE: Ok... Foi um beijo sem significado.
ELA: Ah e um beijo sem significado deixa de ser beijo?
ELE: Não.
ELA: Quer dizer, eu não significo nada para ti?
ELE: Significas...
ELA: O que?
ELE: Uma grande conta de telefone no final do mês. Agora vou desligar.
ELA: NÃO... Por favor!
ELE: Porquê?
ELA: Porque eu te amo...
ELE: Qual o valor que o teu amor me vai dar?
ELA: Felicidade.
ELE: Eu quero coisas materiais...
ELA: Eu vou ser tua...
ELE: Isso não vale... Quanto é que tu vales?
ELA: Porque esta pergunta?
ELE: Se eu enjoar de ti posso-te empenhar?
ELA: O que é que eu fiz para me tratares assim?
ELE: Amar-me! Agora vou desligar!
ELA: NÃO, por favor!!!
ELE: Queres parar com isto? TOU FARTO!
ELA: Não... por favor, não desligues.
ELE: ?
ELA: Fala comigo...
ELE: ?
ELA: Por amor de Deus, diz que me amas!
ELE: OUVE... eu já estou farto de ti. Agora vê se me esqueces.
ELA: Eu prefiro morrer do que te esquecer.
ELE: Ai é? Então mata-te!
(Ele desliga.)

ELA: Não... por favor... Não me faças isto, eu amo-te.

ALGUNS DIAS DEPOIS...

- Do que morreu esta rapariga? - Perguntam
- De intoxicação. - Responde a enfermeira.
- Coitada... ela tinha algum problema? - Perguntam
- Sim, sofria de amor... - Responde a enfermeira.

E então, no dia do funeral o rapaz de que a rapariga gostava apareceu no local prestando a sua última homenagem e lançou uma rosa vermelha e disse baixinho:

- Amo-te!

Ela lá de cima a vêr tudo, respondeu bem alto:

-tarde demais!!.


publicado por efeneto às 00:09
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De leidiana a 23 de Março de 2012 às 22:07
Esse poema ensinar a dar valor as coisas que amamos enquanto a temos pq depois e tarde


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