A vida do poeta é sempre um sonho
Os quais, às vezes, versos não traduzem
Mensagens puras que neles deponho...
São as saudades longas que reluzem.
Se sopram ventos fortes de agonia;
Se lágrimas gotejam pelo chão,
São sonhos de verdade do meu dia
Que marcam sentimentos e emoção.
Nas horas dos meus sonhos com enlevo
Por onde sublimado vou sozinho,
Em versos de alegria só escrevo
Os braços que me abrem com carinho.
Meu rosto de repente se transmuda;
Sou barco da existência em mar bravio
A face da tristeza se desnuda
E mostra as muitas fendas do navio!
Eu olho e sigo as linhas do infinito
Buscando sem saber o que é verdade;
Viajo com meus sonhos em conflito,
Sou barco solto ao léu na tempestade.
Os sonhos quentes e verdades frias
Marcam enfim deste poeta a vida;
Persegue estrelas e acalenta os dias
Que lhe pertencem na cruel corrida!..
(nunca liguei aos numeros mas sim ás visitas, acho que chegou a hora de agradecer a todas elas, sejam amigos ou inimigos, a dedicação e amizade com que me tratam. Agradeço os poemas dados, comentários oferecidos mas principalmente o AMOR dedicado...BEM HAJAM como se diz na minha terra...Fernando Neto.)
Se é sempre Outono o rir das Primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais alto do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar.
Florbela Espanca
(poema para quem gosta...como eu)
Olho de perto a tristeza
daquele olhar inexpressivo
que contempla indiferente,
as feições da escuridão.
O seu horizonte sempre igual
não é melancolia nem paisagem vulgar
mas apenas o murmúrio
da sua amarga condição.
Olho de perto a tristeza
daquele rosto tostado
por um sol que nunca viu.
Fixo a sua expressão imóvel,
e reparo na nobreza
da sua alegria apagada.
Olho de perto a sua mão
que apenas pode pedir
dez tostões de sobrevivência
para uma côdea de pão.
Poiso toda a minha vontade
naquela mão nodosa e magra
tão honesta quanto o espírito.
Oiço a tua voz numa prece
pedir ao Senhor Omnipotente
que apague toda a tristeza
do meu olhar indiferente.
Sigo pensativo meditando na voz dócil
que serena desenhada
o que a sua mente descobrira.
Realidade desconcertante
sem explicação aparente!
Como viram seus olhos sem vida
o que o teu olhar não sente?
F Neto
Saio e entro na noite
sem lanternas nos olhos
nem medo a fingir coragem
triste apenas de estar sozinho
comigo,
de mãos dadas comigo,
estas árvores do passeio
( são verdadeiras estas árvores )
fazem-me sonhar poesia
de rouxinóis cantando,
ou romanos vermelhos
de amantes perseguidos,
pobres amantes clandestinos.
O Outono começa a ser real
a semear melancolia nos caminhos,
o vento abandona-se ( quem diria! )
ás folhas sonâmbulas
sem pudor das estrelas que vigiam
os devaneios da noite lá em cima.
Reabro a porta da minha solidão
e entre, mas só.
A noite deixo-a aos amantes
e aos mendigos, aos felizes afinal.
Ah! Este silêncio!
Já me doem os sentidos.
F. Neto
Senti teu apelo soturno
E vim dar-te à mão neste momento
Anda, segura !
Bem sei , grande é teu desalento
Vem meu amigo que te ajudo.
Quisera poder estar tão perto
Tão próximo, que conseguisse tocar,
E nesse toque a magia selar
O sortilégio que sagrado está.
Quisera poder de você cuidar,
Quisera que fosse mais que admirador
Nas agruras por que passas,
Quisera ser as asas que os sonhos embalam
Sinta, tente perceber
Me fiz etérea e te abraço
Tirando de ti todo o cansaço
Toda dor que carregas.
Vem, estende a mão, fica comigo
Doce enlevo, afectuoso feiticeiro
Que as lágrimas dessa "tîwele"
Irão servir- te de unguento
Para as cicatrizes da alma.
Vem, vamos ao teu mundo,
Nosso mundo agora,
Onde atingiremos o céu sem demora
Somos magos, encantados,
Temos a magia nas mãos
E o que é melhor dentro do coração.
Vem, sou teu porto seguro,
Nele te amparo, te curo
E sussurro a incansável eufémia
Que nos une nas brumas da magia,
Nas lendas que não são mais fantasias.
By Eärwen Tucalkelumë
Introdução: Vai ser Dia da Mãe. Mas, eu não tenho mãe, no Bilhete de Identidade está "filho de mãe incógnita". Mas tenho uma MULHER a quem chamo MÃE desde os 3 anos de idade e chamarei MÃE até ao fim da minha existencia. Julgo que pela primeira vez na vida vou ser egoísta e dedicar este poema só a ela. Á MINHA MÃE...
Se um dia não te puder dizer
Que te beijei mil vezes em sonho
E que ajoelhado perante o impossível
Te pedi mil vezes perdão,
APESAR DISSO CANTA....
Se te fiz curvar a cabeça derrotada
Perante a altivez da minha voz amarga
Essas lágrimas em fio choradas
Não te fizeram sentir os meus remorsos,
APESAR DISSO CANTA...
Se tu não acreditares que em mim se adianta
A tortura de não te poder dizer tudo isto
Porque a garganta se me seca e se contrai
E te manténs considerando-me ingrato,
APESAR DISSO CANTA...
Porque elevada a tua voz
Me nasceram forças para te dizer
PERDOA-ME MÃE!
Pour toi, mère
Si un jour je ne peux te dire
Que mil fois je t`ai embrassé en rêve
Et qu`à genoux face à l`impossible
Mil fois je t`ai demandé pardon
Malgré tout chante...
Si je t`ai fait courber vaincue
Face à la fierté de ma voix amère
Ces larmes en fil pleurées
Ne t`ont pas fait sentir mes remords
Malgré tout chante...
Si tu ne crois pas qu`en moi s`avance
La torture de ne pouvoir tout te dire
Parce que ma gorge sèche et se contracte
Et tu te maintiens et me considère ingrat
Malgré tout chante...
Une fois élevée ta voix
Me sont nées des forces pour te dire
Pardonne-moi, mère!
F. Neto
(Queria agradecer á minha amiga Manuela pela tradução.)
Pelas ruas estreitas da madrugada
perdido nesta bruma incompleta
do sonho e da meditação,
meus passos arrastados
respiram minutos de solidão.
Vestido de nostalgia
a ternura cálida
dum amor consciente.
Sinto-me só,
só, nesta madrugada fria
só, sem o calor dos teus lábios meigos
só, sem o delírio dos teus lábios ardentes
só, sem o suspiro do teu corpo diferente.
Queria ser vida!
VIDA NUMA LÁGRIMA PERDIDA
que esta saudade madrasta
as horas da noite arrasta
em milénios de reflexão.
Meu corpo cansado
indiferente aos sorrisos
de lábios comprados,
o teu tão distante deseja.
Num murmúrio escaldante
teu nome desenho sem tinta nem papel
apenas amor me basta!
Amor que é teu
tão teu, mulher querida,
porque apenas tu
em paixão o transformas-te.
F. Neto
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* ...Poeta castrado, não!.....
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