Domingo, 13 de Maio de 2007
Saio e entro na noite
sem lanternas nos olhos
nem medo a fingir coragem
triste apenas de estar sozinho
comigo,
de mãos dadas comigo,
estas árvores do passeio
( são verdadeiras estas árvores )
fazem-me sonhar poesia
de rouxinóis cantando,
ou romanos vermelhos
de amantes perseguidos,
pobres amantes clandestinos.
O Outono começa a ser real
a semear melancolia nos caminhos,
o vento abandona-se ( quem diria! )
ás folhas sonâmbulas
sem pudor das estrelas que vigiam
os devaneios da noite lá em cima.
Reabro a porta da minha solidão
e entre, mas só.
A noite deixo-a aos amantes
e aos mendigos, aos felizes afinal.
Ah! Este silêncio!
Já me doem os sentidos.
F. Neto
Meu amigo, estar sozinho às vezes conosco é bom...mas que não seja extenso esse teu momento, pois irás fazer-me ir buscá-lo. Refletir por um tempo é bom...mas não se mantenha na solidão, minhas mãos estão aqui para ampara-lo se preciso for.
Deixo-te pérolas incandescentes de companheiros, banhadas no rio de lavas que em meu mundo corre.
Eärwen
14.05.07
De
efeneto a 14 de Maio de 2007 às 16:04
Passageiro amiga...pensamento passageiro que com o tempo de vai diluindo...sem este momento por vezes a vida não tem sentido...como diz o poeta tudo na vida tem o seu momento...sei que posso contar com suas mãos, não me esquecerei disso...beijo doce.
De
manuela a 14 de Maio de 2007 às 16:10
Um poema maravilhoso!... a associação do outono à melancolia fruto do silencio... a solidão pode ser aproveitada como escape aos sentimentos negativos...uma forma de se encontrar a si mesmo...mas não fiques preso a ela muito tempo!
De
efeneto a 14 de Maio de 2007 às 16:26
Amiga Manuela, tal como disse á nossa amiga Earwen, um pouco de "Outono" na nossa vida (nem que seja só por momentos, como foi o caso), nos faz ver coisas que o nosso estado normal não alcança. E tu sabes bem como é delicioso por vezes termos estes "estados de alma". Um beijo cheio de amizade.
De mellopaulo a 18 de Maio de 2007 às 03:35
Um belo poema, embora inundado de uma certa nostalgia, amigo. Há momentos assim em que nossa alma precisa desafogar-se de algumas tristezas, e como encontramos nas palavras uma forma de catarse, lá ficamos nós a espalhar versos que dizem de um estado de alma mais soturno. Ainda bem que existem as outras estações para nos lembrar que o Outono é apenas uma delas. De qualquer forma, amigo, um belo poema.
Amigo, sei que estou em falta contigo, e aproveito para me redimir e desculpar-me pela demora em aceitar teu convite para postar no blog. Prometo que até o final de semana eu compareço, ok?
Um abraço e votos de dias aconchegados de paz e alegria para o teu coração.
De
efeneto a 18 de Maio de 2007 às 15:43
Olá amigo Paulo...Alguém fez as estações do ano e o Outono é o símbolo da melancolia....um pouco de melancolia nos faz ver o mundo de outra maneira...temos que escrever o nosso lado menos alegre da vida...faz-nos sentir aliviado...obrigado pela visita e cá esperamos pela sua vinda para o nosso blog ...bom fim de semana.
De
Ardeth a 18 de Maio de 2007 às 12:41
Meu amigo nesses momentos que descobrimos onde estamos (as vezes dura e crua realidade), embora chegue "a doer os sentimentos" partimos daí em busca do onde queremos chegar.
Funciona como uma pausa para nos redirecionar! Gostei muito! Abçs ....
De
efeneto a 18 de Maio de 2007 às 15:47
Olá amigo...ora aí está o que eu senti ao escrever este poema...a vida não é feita só de palavras "cor-de-rosa", por vezes tem espinhos e é preciso escrever esses espinhos...obrigado pela visita e um bom fim de semana para si e para os seus.
De
SOL a 19 de Maio de 2007 às 03:26
Querido amigo...como sei do que estás sentindo!!!não faz mal,faz bem á alma encontrarmo-nos a sós com nós próprios e por vezes ajuda-nos tanto a sobreviver.Dentro de nós nesses momentos existe duas versões da vida... a tristeza misturado com um não sei quê de felicidade...esperança...tudo se junta e nos dá mais forças!És um homem de coragem e muita humildade...!!!Beijinhi amigo
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