O júri deste ano reuniu-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no Brasil, e foi constituído por Francisco Noa (Moçambique), João Melo (Angola), Fernando J.B.Martinho (Portugal), Maria de Fátima Marinho (Portugal), Letícia Malard (Brasil) e Domício Proença Filho (Brasil).
O prémio Camões foi criado em 1988 pelos governos de Portugal e Brasil para estreitar os laços culturais entre os vários países lusófonos e valorizar o património literário e cultural da língua portuguesa.
Diário Digital / Lusa
Sem tempo para ter tempo
De ter tempo de te dar
O tempo que tu mereces
Prazeres em que tu morresses
Manhãs que não amanheces
E arrepios que estremeses
Na boca de te beijar
Fico sentado no quarto
Desta cama de pensão
Ausente, despido farto
Cansado dessas mulheres
Que ouvem sem me escutar
Que me olhem sem me ver
Que me amem sem saber
Que me roçam sem tocar
Que me abraçam sem paixão
Que ignoram que eu anoiteço
Que me ensombro que escoreço
Que me enrudo e envelheço
Me pragueio e apodreço
E a quem pago o que me dão:
Uma espécie de ternura
Uma imitação de amor
Lençóis que são sepultura
De carícias sem doçura
E dos meus lábios sem cor
Ai dedos no cabelo
Quero a minha raiva toda
Quero domá-la e vencê-la
Quero vivê-la ao meu modo
Até encontrar por fim
Aquela voz de menino
Há tantos anos perdida
Há tanto tempo esquecida
Em soluços dissolvida
A gritar dentro de mim.
efeneto@sapo.pt
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